Putz. O ultimo post foi em Abril! É... muita coisa aconteceu neste periodo: o trabalho apertou, entrei de férias (sim, fui ao Brasil e voltei!), muito trabalho na volta.... Ou seja, pouco tempo pra dedicar à esse espaço aqui. Sem contar uma certa falta de criatividade e, hum, digamos... preguiça de escrever mesmo!
Mas estamos aí. Tenho vários assuntos na cabeça e aos pouquinhos vou colocando por aqui. Prometo que farei o máximo pra não deixar o blog às moscas. E já que estou escrevendo, vamos falar sobre algum assunto, né? É, eu sei que muita gente quer que eu escreva sobre férias no Brasil (que foram em Maio). Então, assim seja.
O problema é que não gosto muito daquela coisa clichê... Vocês sabem, aquela coisa de dizer que tinha saudades, que Brasil é maravilhoso, aquela reclamação de seu novo país (se é tão ruim, foi pra lá e vai voltar pra lá por que então?!) etc, etc. Sim, tudo meia-verdade e quem fala/escreve sobre isso é pq se sente dessa forma. Mas sei lá, acho que isso não é lá muito interessante de se ler e não é meu perfil. Sempre quis escrever aqui sobre curiosidades e visões diferentes das coisas. Então vou ser um pouquinho clichê (porque não tem como fugir), mas com moderação. (risos)
Realmente é muito bom visitar o Brasil. O grande foco da visita é - e sempre será - rever os amigos e principalmente a família. Desde o primeiro dia é muito papo pra botar em dia, muitos afagos - principalmente na minha filhinha que é o nosso orgulho - e muita, muita comida!!!!
Sempre lembro daquele papo conhecido de que "você só enxerga as coisas boas do país quando ficou um tempo fora" e que "você só sente falta quando perde". Claro que isso fica na cabeça e logicamente as comparações Brasil x UK x Europa x qualquer lugar são inevitáveis. Aliás, esse é um dos grandes motivos pra esse blog existir. Ah, e é logico que além dos familiares e amigos rolou também aquela vontade insana de aproveitar tudo o que não se tem à vontade por aqui.
A começar por beber guaraná no restaurante. Sim, guaraná é tão comum no Brasil que muita gente esquece que é produto nacional e a matéria-prima é uma planta comum na Amazônia e que (provavelmente) não nasce em qualquer solo. Sim, se procurar encontro Guaraná Antarctica no Reino Unido pra beber em casa até sem grandes dificuldades, mas não é vendido assim em qualquer supermercado, muito menos em restaurante. Sendo assim, foi guaraná, feijoada e churrasco até não querer mais.
Já quanto à questão de enxergar mais coisas boas porque vivi fora, bem... complicou. Provavelmente tenho problemas de visão porque acabei foi vendo um monte de defeitos que não via antes. (risos)
Uma das coisas que estava sentindo falta, e que aproveitei em um dia ou outro dessas férias, foi ouvir o Ricardo Boechat na Bandnews FM (sim, sei que poderia ouvir daqui via internet mas... e o saco?!). E Boechat é conhecido não somente como um grande jornalista mas também por seu amor ao Rio. Estava então ouvindo-o mais uma vez falar sobre como ama a cidade. Sobre como é linda, sobre como é maravilhoso pra ele quando não está de plantão e pode então voltar de São Paulo e passar o fim de semana na cidade maravilhosa: a orla, o mar, o relevo... que fantástico!
Sim, verdade. Mas... desculpe. Você mora no Leblon, Boechat!!! Você pega a ponte aérea, olha a vista maravilhosa, aterrisa no Santos Drumont, pega o teu taxi pra Zona Sul e não sai de lá pra mais nada (tá bom, de vez em quando vai à Barra). Eu que cheguei de vôo internacional no Tom Jobim, passei por Linha Vermelha sentindo aquele o cheiro característico de esgoto, Avenida Brasil e subúrbio de ruas esburacadas, concreto e favelas pra todo lado confesso que não consegui ter esse mesmo sentimento. Naquele mesmo momento em que ele recitava seus versos de amor à cidade eu estava ouvindo-o no Engenho Novo, sentindo calor dentro de um ônibus cheio e sacolejante com destino ao Centro e com o MP3 Player o mais escondido possível pra não dar pinta pra assaltante. Olhava para os rostos das pessoas na esperança de que o problema fosse meu, por talvez não saber ser carioca, mas só via apreensão, nervosismo, preocupação... Ninguém parecia estar apreciando a vista (do morro do Macaco?).
Enquanto ouvir coisas do tipo minha sogra dizendo que não se senta próximo à janela no ônibus vazio por medo assalto; enquanto ver idosos no ponto fazendo sinal e o ônibus "passando direto"; enquanto ouvir taxistas, amigos e familiares se sentindo especialistas em análise de assassionatos, falando do "presunto" que jogaram no lugar X ou do tiroteio diário no Leme que não deixa as pessoas tranquilas em casa; enquanto taxista disser pra mim "evito passar no tunel Noel Rosa, indepentente de horário"; enquanto tivermos que dormir ouvindo tiros; enquanto eu, um bebê, um velhinho ou uma pessoa doente quisermos dormir mas um mal-educado passar à meia-noite buzinando e gritando Vasco, Mengo, Fogo, Nense ou o kcete e outro soltar fogos e todo o mundo achar isso normal; enquanto ver ruas com asfalto e sinalização decente em Ipanema mas ruas esburacadas e "sem nome" após dirigir por uns 20 minutos em sentido Zona Norte... enquanto isso Boechat e amigos, não há paisagem, comida, praia ou mulher gostosa (com todo o respeito!) que me faça considerar essa cidade como de fato, maravilhosa. Sorry about that! Rio de Janeiro não vai só do Leme ao Pontal como cantaria o saudoso Tim Maia... O Rio vai do Leme a Bangu, a Campo Grande, a Paciência, a Santa Cruz como deveria saber o outro Maia, o Cesar. Isso sem nem mencionar a região metropolitana. Esse pedacinho bonito e relativamente arrumadinho pra turista aí não deve ser nem 10% da cidade.
(acreditem, todos esses relatos eu ouvi das pessoas só nesse pequeno período de férias no Rio!)
Dito isto e deixando esse clima pesado de lado, uma curiosidade mais amena: uma coisa marcante foi algo que comentei o tempo todo enquanto estava no Rio de Janeiro. Em pouquíssimos lugares fui atendido com sorriso no rosto e boa vontade. E isso inclui restaurantes, supermercados ou lojas, estabelecimentos privados ou públicos, pessoalmente ou por telefone. E confesso que só percebi isso agora, após esse 1 ano (sim, o tempo voa!) morando fora do país. Garçons/garçonetes, a pessoa do caixa, o trocador do ônibus, a mulher do balcão... a maioria te atende com algo que não tem outra definição senão cara de bunda!!! É lógico que aqui no Reino Unido tem gente com bottom's face (sim, a gente é posh até pra xingar! A expressão não existe mas se existisse, seria mais ou menos assim. hehehe); mas na maioria absoluta das vezes você é atendido com sorriso, cortesia e simpatia se sentindo bem-vindo. Achei isso muito curioso porque a imagem geral é de que Brasileiros (ainda mais cariocas!) são felizes e sorridentes e que ingleses são infelizes e fechados. Bem verdade que no mínimo 60% dos que atendem em restaurantes, lojas e afins aqui não são britânicos, mas grande parte é ao menos Europeu. E ainda assim não faz muita diferença porque brasileiro se gaba de ser um povo hospitaleiro e gentil e acha que o resto é fechado, não sabe "dar jeitinho", etc. A conclusão que chego é a de que somos felizes e sorridentes SIM... mas só quando estamos de folga, com as pernas pro ar. Durante o trabalho, é uma má vontade só. (risos) Ao menos entre os cariocas.
Sem contar que também achei o trânsito extremamente confuso e nervoso. Ninguém tem paciência com ninguém, pouca gente dirigindo com calma e quase ninguém respeitando as leis. Mas hey... em 1 semana eu já estava aclimado novamente. E o lance era aproveitar que estava de férias: me uni àquela galera que a gente nunca entende como que consegue ficar em Ipanema durante a semana às 2 da tarde sem ter o que fazer. Lá estava eu...
E foi muito bom. Consegui rever muitas pessoas, infelizmente não deu pra ver todo o mundo mas no fim das contas foi ótimo. Até a próxima!
PS: Enquanto isso em UK é verão. Eventos por toda parte, muita coisa ao ar livre, sol (sim, ele brilha pra todos! até pra nós aqui!), muitas idas ao (s) parque (s) - que as crianças adoram - e a melhor época pra conhecer outras cidades.
Mas estamos aí. Tenho vários assuntos na cabeça e aos pouquinhos vou colocando por aqui. Prometo que farei o máximo pra não deixar o blog às moscas. E já que estou escrevendo, vamos falar sobre algum assunto, né? É, eu sei que muita gente quer que eu escreva sobre férias no Brasil (que foram em Maio). Então, assim seja.
O problema é que não gosto muito daquela coisa clichê... Vocês sabem, aquela coisa de dizer que tinha saudades, que Brasil é maravilhoso, aquela reclamação de seu novo país (se é tão ruim, foi pra lá e vai voltar pra lá por que então?!) etc, etc. Sim, tudo meia-verdade e quem fala/escreve sobre isso é pq se sente dessa forma. Mas sei lá, acho que isso não é lá muito interessante de se ler e não é meu perfil. Sempre quis escrever aqui sobre curiosidades e visões diferentes das coisas. Então vou ser um pouquinho clichê (porque não tem como fugir), mas com moderação. (risos)
Realmente é muito bom visitar o Brasil. O grande foco da visita é - e sempre será - rever os amigos e principalmente a família. Desde o primeiro dia é muito papo pra botar em dia, muitos afagos - principalmente na minha filhinha que é o nosso orgulho - e muita, muita comida!!!!
Sempre lembro daquele papo conhecido de que "você só enxerga as coisas boas do país quando ficou um tempo fora" e que "você só sente falta quando perde". Claro que isso fica na cabeça e logicamente as comparações Brasil x UK x Europa x qualquer lugar são inevitáveis. Aliás, esse é um dos grandes motivos pra esse blog existir. Ah, e é logico que além dos familiares e amigos rolou também aquela vontade insana de aproveitar tudo o que não se tem à vontade por aqui.
A começar por beber guaraná no restaurante. Sim, guaraná é tão comum no Brasil que muita gente esquece que é produto nacional e a matéria-prima é uma planta comum na Amazônia e que (provavelmente) não nasce em qualquer solo. Sim, se procurar encontro Guaraná Antarctica no Reino Unido pra beber em casa até sem grandes dificuldades, mas não é vendido assim em qualquer supermercado, muito menos em restaurante. Sendo assim, foi guaraná, feijoada e churrasco até não querer mais.
Já quanto à questão de enxergar mais coisas boas porque vivi fora, bem... complicou. Provavelmente tenho problemas de visão porque acabei foi vendo um monte de defeitos que não via antes. (risos)
Uma das coisas que estava sentindo falta, e que aproveitei em um dia ou outro dessas férias, foi ouvir o Ricardo Boechat na Bandnews FM (sim, sei que poderia ouvir daqui via internet mas... e o saco?!). E Boechat é conhecido não somente como um grande jornalista mas também por seu amor ao Rio. Estava então ouvindo-o mais uma vez falar sobre como ama a cidade. Sobre como é linda, sobre como é maravilhoso pra ele quando não está de plantão e pode então voltar de São Paulo e passar o fim de semana na cidade maravilhosa: a orla, o mar, o relevo... que fantástico!
Sim, verdade. Mas... desculpe. Você mora no Leblon, Boechat!!! Você pega a ponte aérea, olha a vista maravilhosa, aterrisa no Santos Drumont, pega o teu taxi pra Zona Sul e não sai de lá pra mais nada (tá bom, de vez em quando vai à Barra). Eu que cheguei de vôo internacional no Tom Jobim, passei por Linha Vermelha sentindo aquele o cheiro característico de esgoto, Avenida Brasil e subúrbio de ruas esburacadas, concreto e favelas pra todo lado confesso que não consegui ter esse mesmo sentimento. Naquele mesmo momento em que ele recitava seus versos de amor à cidade eu estava ouvindo-o no Engenho Novo, sentindo calor dentro de um ônibus cheio e sacolejante com destino ao Centro e com o MP3 Player o mais escondido possível pra não dar pinta pra assaltante. Olhava para os rostos das pessoas na esperança de que o problema fosse meu, por talvez não saber ser carioca, mas só via apreensão, nervosismo, preocupação... Ninguém parecia estar apreciando a vista (do morro do Macaco?).
Enquanto ouvir coisas do tipo minha sogra dizendo que não se senta próximo à janela no ônibus vazio por medo assalto; enquanto ver idosos no ponto fazendo sinal e o ônibus "passando direto"; enquanto ouvir taxistas, amigos e familiares se sentindo especialistas em análise de assassionatos, falando do "presunto" que jogaram no lugar X ou do tiroteio diário no Leme que não deixa as pessoas tranquilas em casa; enquanto taxista disser pra mim "evito passar no tunel Noel Rosa, indepentente de horário"; enquanto tivermos que dormir ouvindo tiros; enquanto eu, um bebê, um velhinho ou uma pessoa doente quisermos dormir mas um mal-educado passar à meia-noite buzinando e gritando Vasco, Mengo, Fogo, Nense ou o kcete e outro soltar fogos e todo o mundo achar isso normal; enquanto ver ruas com asfalto e sinalização decente em Ipanema mas ruas esburacadas e "sem nome" após dirigir por uns 20 minutos em sentido Zona Norte... enquanto isso Boechat e amigos, não há paisagem, comida, praia ou mulher gostosa (com todo o respeito!) que me faça considerar essa cidade como de fato, maravilhosa. Sorry about that! Rio de Janeiro não vai só do Leme ao Pontal como cantaria o saudoso Tim Maia... O Rio vai do Leme a Bangu, a Campo Grande, a Paciência, a Santa Cruz como deveria saber o outro Maia, o Cesar. Isso sem nem mencionar a região metropolitana. Esse pedacinho bonito e relativamente arrumadinho pra turista aí não deve ser nem 10% da cidade.
(acreditem, todos esses relatos eu ouvi das pessoas só nesse pequeno período de férias no Rio!)
Dito isto e deixando esse clima pesado de lado, uma curiosidade mais amena: uma coisa marcante foi algo que comentei o tempo todo enquanto estava no Rio de Janeiro. Em pouquíssimos lugares fui atendido com sorriso no rosto e boa vontade. E isso inclui restaurantes, supermercados ou lojas, estabelecimentos privados ou públicos, pessoalmente ou por telefone. E confesso que só percebi isso agora, após esse 1 ano (sim, o tempo voa!) morando fora do país. Garçons/garçonetes, a pessoa do caixa, o trocador do ônibus, a mulher do balcão... a maioria te atende com algo que não tem outra definição senão cara de bunda!!! É lógico que aqui no Reino Unido tem gente com bottom's face (sim, a gente é posh até pra xingar! A expressão não existe mas se existisse, seria mais ou menos assim. hehehe); mas na maioria absoluta das vezes você é atendido com sorriso, cortesia e simpatia se sentindo bem-vindo. Achei isso muito curioso porque a imagem geral é de que Brasileiros (ainda mais cariocas!) são felizes e sorridentes e que ingleses são infelizes e fechados. Bem verdade que no mínimo 60% dos que atendem em restaurantes, lojas e afins aqui não são britânicos, mas grande parte é ao menos Europeu. E ainda assim não faz muita diferença porque brasileiro se gaba de ser um povo hospitaleiro e gentil e acha que o resto é fechado, não sabe "dar jeitinho", etc. A conclusão que chego é a de que somos felizes e sorridentes SIM... mas só quando estamos de folga, com as pernas pro ar. Durante o trabalho, é uma má vontade só. (risos) Ao menos entre os cariocas.
Sem contar que também achei o trânsito extremamente confuso e nervoso. Ninguém tem paciência com ninguém, pouca gente dirigindo com calma e quase ninguém respeitando as leis. Mas hey... em 1 semana eu já estava aclimado novamente. E o lance era aproveitar que estava de férias: me uni àquela galera que a gente nunca entende como que consegue ficar em Ipanema durante a semana às 2 da tarde sem ter o que fazer. Lá estava eu...
E foi muito bom. Consegui rever muitas pessoas, infelizmente não deu pra ver todo o mundo mas no fim das contas foi ótimo. Até a próxima!
PS: Enquanto isso em UK é verão. Eventos por toda parte, muita coisa ao ar livre, sol (sim, ele brilha pra todos! até pra nós aqui!), muitas idas ao (s) parque (s) - que as crianças adoram - e a melhor época pra conhecer outras cidades.
Fala rapaz, meu amigo Spock e/ou Dudu, apesar de extremamente redudante, vale dizer: vc tá escrevendo bem ! Dessa vez, diferente das anteriores, não houve grandes novidades (pra mim), mas keep up the good job e continue nos presenteando com as curiosidades do Velho Mundo !!!
ResponderExcluirDe volta!!!!
ResponderExcluirÉ uma pena, mas é verdade...
Mudando de assunto, tem visto meu blog?
Ele voltou !! rsrs
ResponderExcluirRapaz... muito bom POST , claro , tudo que voce disse aí foi o que eu ouvi durante um mês que voce estava aqui !!
Mas o interessante foi essa sacada como Boechat, o Rio é lindo sim, até um certo ponto .... depois....depois...
Abraços
Aguardemos as suas próximas impressões...
ResponderExcluirBeijinhos!