terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Happy New Year

Não tem ninguém que eu conheça que ache que o ano demorou a passar, portanto temos que dizer que 2008 passou e passou voando. Parece que foi ontem que acompanhei com muito interesse as mudanças no clima quando ia chegando o fim de 2007. Aquela coisa diferente de ver pela primeira vez que o sol nascia cada vez mais próximo das 8AM mas às 4PM já estava ficando escuro de novo. Pois agora nem vi direito isso acontecer (foi natural), e o dia mais curto de 2008 até já passou (21/Dez).

Isso só demonstra a dinâmica do mundo atual. Se ontem nos interessamos em Análise Técnica e comemorávamos ganhos altos nas bolsas, hoje comemora-se caso algum país deixe de encolher economicamente. Mostra também que precisamos acompanhar o ritmo do mundo. Paciência é uma virtude importante mas se ficar paciente demais e caminhar lentamente, você descobrirá que na verdade foi lerdo. Se você pensava em estudar "alguma coisa" pra se atualizar e um dia trocar de emprego e isso ficou só no pensamento, agora você está atrasado e corre o risco de nem mesmo ter seu emprego atual.

Ainda assim cabe lembrar que o futuro está em nossas mãos. Ou pelo menos grande parte dele. Como diria aquele participante de O Aprendiz que demitiu o Roberto Justus: "Eu sou o presidente da minha vida". (risos)



Com ou sem recessão, o importante é manter o foco porque crises vão e vêm, problemas aparecem e são resolvidos mas independentemente do que as mães Dinah da imprensa econômica falam, o novo ano pode sim ser próspero. Depende de você!

Feliz 2009 !!!!!!!

PS: E vocês já repararam que esse será o último ano dessa década?! Como ficará marcada a "década de 2000"?


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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Happy Christmas


“Eu costumava receber cartas... agora só recebo emails dizendo “Caro Noel, dê uma olhada no meu BLOG”

Happy Christmas! Que Father Christmas nos traga muitos presentes!

PS: Não, não esqueci como que é em inglês! Merry Christmas e Santa Claus é mais coisa de Americano mesmo. É... esse blog é cultura até no Natal! rsrs


http://en.wikipedia.org/wiki/Father_Christmas
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Devo não nego, pago na próxima geração

O governo britânico anunciou recentemente um forte aumento de gastos públicos pra conter a crise, incluindo corte de impostos. A oposição reclamou desesperadamente. A mídia e as pessoas se mostraram extremamente preocupadas com o futuro. Afinal, é muito simples: queda de impostos significa que o governo arrecada menos agora. Sendo assim, no futuro o governo precisará compensar isso, com aumento forte de impostos. Ou então, com redução de gastos em outras áreas do governo, o que não parece ser o caso no momento.

Isso me lembra que aqui existe uma visão muito clara de quem paga por qualquer gasto do governo somos nós, os contribuintes (taxpayers). Discute-se isso em cima de todo e qualquer anúncio do governo. Seja construir uma ponte, seja dar curso "gratuito" de inglês pra imigrantes, seja dar mais dinheiro para as famílias pobres (bolsa-família da vida), seja aumentar salário dos servidores... em todos os casos há sempre uma discussão imensa sobre o quanto isso é realmente necessário e quanto isso vai custar ao taxpayer.

Interessante...

Todo o mundo - literalmente - reclamou do governo britânico nessa. Gastar mais dinheiro durante uma crise, que seria momento de economizar? Muitos governos do mundo ridicularizando o primeiro-ministro Gordon Brown.
Mas hoje anunciaram que a Europa toda vai fazer o mesmo (leia aqui).

Muito interessante...

...porque tava todo o mundo dizendo que Gordon Brown era maluco, mas estando certo ou errado, o fato é que que realmente está liderando o mundo no momento. Enquanto o Bush baba na gravata como sempre e Obama não tem poder ainda.

Hoje o governo brasileiro fez basicamente a mesma coisa: redução de receita do governo por meio da diminuição de impostos (leia aqui). Estou de longe, mas até agora lendo nos jornais só vi gente comemorando que as pessoas e empresas vão pagar menos impostos. Ninguém até agora pensou que isso vai ter que ser compensado, ou com aumento de impostos no futuro ou com redução dos gastos do governo. Reduzir gastos o Lula não fez (distribuiu aumento de salário pro funcionalismo e outras coisas) e parece que não pretende fazer. Acho que o Brasileiro não tem mesmo mesma visão de que o contribuinte é o "dono" do governo.

Mais interessante ainda...

Em Setembro o Lula dizia que crise não afetaria o Brasil e que era só marola. Em Outubro estava evidente que a crise afeta o Brasil, mas ele disse que NUNCA faria pacote contra a crise (leia aqui). Ora bolas! As medidas conjuntas de hoje - 2 meses depois - de redução de vários impostos ao mesmo tempo (IOF, IPI, IRPF...) mais outras medidas que já vieram e virão (do governo e do BC) seria o que então, cara pálida? O mundo está fazendo o mesmo e chama de "pacote pra conter a crise".

Mais interessante de tudo...

Lula tem 70% de aprovação dos brasileiros. Oras, pra mim um líder que diz uma coisa um dia e se contradiz absurdamente no outro em um momento tão importante me dá motivos suficientes de não confiar em sua competência, e portanto não aprová-lo (ou no mínimo não endeusá-lo).

Ou será que não só não temos memória (pra lembrar do companheiro Dirceu e do mensalão) nem planejamento futuro (o conceito do "taxpayer"), como também não enxergamos nem o que acontece no presente?

A gente não pode deixar o medo de a oposição ser pior influenciar nosso conceito real de qualidade. Só porque antes éramos cachorro magrelo de rua passando frio e fome não significa que o mendigo bêbado, que nos deu um caixote pra dormir e migalhas de pão mofado pra comer, seja um excelente dono!

Até digo que a equipe do governo tem gente que sabe do que está falando. Mas Lula pra mim passa a mesma (falta de) confiança que o Bush. Com a diferença que ele pelo menos não arranja guerra do nada...

PS: Falando em guerra, esqueci de comentar no post anterior: reportagem no Rio de Janeiro mostra que há 1 tiroteiro a cada 2 dias na cidade. E em média tem quase 1 pessoa tomando tiro por dia na cidade (150 mortos e 163 feridos = 313 vitimas em um ano de 365 dias). Enquanto isso, começaram a implantar o esquema de aluguel de bicicleta baseadas na de Paris (que eu havia comentado aqui no blog).

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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Crise, redução de impostos, Baby P e outras noticias...

Lembrei outro dia que nunca comentei noticias aqui no blog. Às vezes acho que isso tornaria o blog meio jornalístico demais, e eu não sou jornalista. Mas por outro lado acho que algumas noticias são interessantes de se comentar porque revelam um pouco dos costumes, preocupações e problemas específicos do país. Sendo assim, vamos a alguns headlines:


Contra a crise mundial: Redução de impostos

Devido à crise mundial, o governo britânico resolveu comprometer grande parte do orçamento do próximo ano fiscal com medidas pra reduzir ao máximo o impacto da recessão que está batendo à porta. Isso vai aumentas fortemente os gastos do governo e gerar endividamento recorde, fazendo com que o governo só volte a pegar empréstimo somente pra investir lá pra 2015/16 de acordo com previsões do próprio secretário do tesouro. Pro governo, é a coisa correta a se fazer em um momento "extraordinário" como esse. Para a oposição, é uma grande aposta arriscada, um gamble, e todos nós teremos que pagar isso no futuro, com aumento de impostos mais adiante.

Mas o detalhe que queria comentar é que dentre outras coisas, o pacote previu corte do VAT (parecido com o nosso ICMS) de 17.5% para 15% já a partir de 1 de dezembro, para reduzir os preços e estimular o consumo. E não é que agora você dificilmente entra em uma loja sem ver anúncios do tipo "todos os produtos agora com VAT reduzido"! Fiquei impressionado, já que no Brasil a gente sabe que geralmente essas coisas não chegam fácil e diretamente ao consumidor. Agora, se míseros 2.5% de desconto vão fazer diferença mesmo no consumo, aí é outro papo.

Baby P

Baby P (O ' bebê P', logicamente pra não identificar seu nome) é uma das notícias mais comentadas recentemente, tirando a crise mundial. Muito resumidamente, Baby P foi um bebê de 17 meses que morreu vitima de abusos, em um bairro na zona norte de Londres. Tudo indica que os abusos foram cometidos pela mãe e pelo namorado da mãe, o que já seria suficiente para o caso aparecer nos jornais daqui. Mas o que chamou atenção do país foi que a familia já tinha acompanhamento já que fazia parte de programas sociais do governo. O problema portanto foi que Baby P foi visitado mais de 60 vezes por profissionais da área social e da saúde e ninguém identificou que ele estava sendo vítima de abusos. O caso então ganhou importância nacionalmente e isso foi considerado inaceitável. Várias investigações estão sendo feitas e está gerando todo um replanejamento dos programas sociais. Saiba mais Aqui.

Fim do happy hour contra a violência

Com a crise mundial os bares e pubs do país resolveram dar novas promoções e descontos para estimular os clientes. Uma delas é a já conhecida "happy hour", onde você paga uma bebida mas bebe duas.
Por outro lado, estatísticas mostram que 40% dos crimes de violência do país estão relacionados à bebida alcoólica.
Sendo assim, o governo do Sr. Brown está considerando que bebida mais barata nos bares (e mesmo nos supermercados) é inaceitável - dizendo até que é uma atitude irresponsável por parte dos bares - e está estudando várias medidas, incluindo proibir a happy hour nos pubs. Algumas medidas já foram colocadas em prática, como aumentar a multa pra quem for pego por estar doidão e desordeiro na rua (de 500 para 2500 libras). Vai dar muito o que falar ainda...

O caso Jonathan Ross e Russell Brand

Esse já é um caso um pouco mais velho (mais de um mês), mas merece comentário. Jonathan Ross é um apresentador de talk show tipo Jô Soares, Jay Leno, Letterman... Com a diferença de que o programa dele só existe 1 vez por semana. Russell Brand é um apresentador/comediante/colunista do qual conheço pouco, mas é uma figura conhecida (cara de maluco por sinal!).
Acontece que Russell Brand tinha também um programa de rádio na BBC, e convidou o Jonathan Ross como convidado especial. Neste programa, eles ligaram para um ator (Andrew Sachs), basicamente pra entrevistá-lo e brincar com ele. Mas o ator não estava em casa e eles resolveram deixar recado. Aí que erraram na dose: deixaram recado fazendo palhaçada, falando algumas besteiras (principalmente relacionadas à neta do ator, que é uma celebridade conhecida também). Durante o próprio programa eles viram que foi meio exagerado e ligaram de novo, deixaram outro recado se desculpando e tal... tudo isso em tom de brincadeira.
Mas não é que a coisa saiu de controle? Milhares ouvintes mandaram mensagens para a BBC reclamando que tudo foi de mau gosto e a coisa começou a escalar. Resultado: os programas na BBC de ambos (Jonathan e Russell) foram suspensos, Russell acabou pedindo demissão e 2 executivos da BBC - que deram o OK pra que o programa fosse transmitido na rádio - foram mandados embora também. Daí que fiquei curioso e fui lá ouvir o tal "trote". Sinceramente, não achei nada de mais pra gerar esse problema todo. Fiquei pensando depois nas maluquices do Casseta & Planeta e do Pânico e putz, achei que seria mais ou menos o mesmo nível. E também acho que isso só aconteceu porque era na BBC, porque se fosse em outra TV comercial daqui mesmo, acho que nada aconteceria. Pra quem não sabe, a BBC é do governo e é mantida com impostos. Aliás, um imposto muito específico: o TV Licence, que todo o mundo que tem TV aqui tem que pagar anualmente. Ou seja, foi o clássico caso de os verdadeiros donos (a população) meterem o nariz na programação.

Enfim, interessante... Só que enquanto isso, sinto falta do programa de entrevistas do Ross, que eu não via sempre mas é até bem legal!

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vivendo em comunidade

Nós brasileiros estamos sempre enchendo a boca pra dizer que somos o povo mais sociável, amigo e emissor de calor humano do mundo. Mas a dolorosa verdade é que com exceção de determinados eventos geralmente ligados à diversão (choppinho de sexta, futebol semanal, show de pagode/funk/axé/mpb/rock na praia...) temos grandes dificuldades em nos organizarmos em grupo e em sociedade.


E nem estou aqui falando somente de ações que partem dos governo e que custam rios de dinheiro. Falo de iniciativas que muitas vezes partem de gente comum e que depois de um tempo acaba virando tradição. Algumas coisas que vejo por aqui e que desconheço da existência no Brasil (mas não vejo motivo para não ter!):

  • Playgroups: são grupos onde basicamente há uma reunião semanal com pais (ok...tipicamente mães) e suas crianças do bairro/da cidade. Crianças que vão desde bebezinhos de colo até uns 3-4 anos (justamente antes da idade escolar). Ou seja, reúne-se em um espaço qualquer (geralmente público como igreja, escola, biblioteca...) e as crianças se encontram pra brincar. O espaço geralmente tem brinquedos e também é comum que os organizadores criem brincadeiras (como cantar e dançar) para os pequenos. Enquanto isso os pais supervisionam mas também aproveitam pra socializar, comendo um lanchinho com café ou chá.
  • Neighbourhood Watch: já comentei sobre isso aqui em outro post sobre segurança. Mas basicamente é uma parceria entre a polícia local e pessoas de sua rua ou do seu quarteirão. Alguns vizinhos portanto se encarregam de serem o ponto de contato entre policia e os moradores, de forma a alertar sobre crimes que estejam acontecendo recentemente ou simplesmente trabalhar em conjunto na prevenção. Coisa básica por exemplo seriam os vizinhos ficarem de olho em sua casa enquanto você está fora em viagem. Coisas bobas do tipo não deixar acumular cartas na porta e ficar atento à pessoas desconhecidas rondando a propriedade já significam redução grande da possibilidade de a vizinhança ser vítima.
  • Mães fazendo exercícios juntas com carrinho de bebê: Essa foi uma coisa curiosa que Leticia viu outro dia. Um grupo de mães caminhando juntas pelo parque (como forma de exercício), todas empurrando os carrinhos de criança. Como eu já imaginava, não é uma coisa isolada: existem grupos organizados como o "walks with buggies" para auxiliar nisso.
E vocês: Já viram dessas coisas por aí?
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Imigrante de memória curta

Quando ouço ou leio por aí brasileiros (e outras nacionalidades também) reclamando sem parar da terra em que resolveram morar - na maioria das vezes por vontade própria - fico confuso. Se veio porque quis e tudo é tão ruim assim, porque não voltar? Pensei, refleti e acho que é mais ou menos assim:


Reclamamos do clima "horrível", do frio lá fora
Só que aqui dentro está quentinho: todo o mundo tem aquecedor
Esquecemos que por lá ar condicionado na casa toda é impossível de caro
Reclamávamos do "insuportável" calor

Reclamamos que a comida é "péssima"
Mas esquecemos que aqui come-se salmão e bacalhau até passar mal
e que lá isso é "pra rico"
e só no Natal

Reclamamos que aqui não tem praia por perto
mas esquecemos que por lá quem vai todo dia é a minoria
que vive de frente pro mar

que a maioria só vai a praia em feriado prolongado
e olhe lá

vai pra região dos lagos e portanto, tem viajar

Reclamamos que aqui não tem calor humano
Que é "tranquilo demais", ninguém faz barulho, ninguém nos chama de irmão
Mas esquecemos que lá o funk não nos deixa dormir
Isso quando o FDP lá fora não solta fogos (ou tiros) gritando: "Timão"!

Reclamamos que restaurante em geral é caro...
Mas esquecemos que muitos amigos são garçom ou cozinheiro
Que aqui eles não ganham salário de fome
E que isso naturalmente tem que vir do nosso dinheiro

Reclamamos que aqui também tem alguma violência, é lógico
Mas esquecemos que aqui todo o mundo para no sinal
que avenida congestionada por lá pode não ser nada
Mas tiroteio é causa tão comum que virou coisa normal

Reclamamos que "aqui tudo fecha cedo"
Mas esquecemos que pra loja funcionar 24horas é preciso alguém
que tem que passar a madrugada de domingo longe de casa
só pra loja estar lá disponível... muitas vezes pra ninguém

Reclamamos que tudo é diferente, tudo é "horrível"
Viemos pra cá porque queríamos, mas "bom mesmo é o Brasil"
Mas esquecemos que a solução é simples:
voar de volta pra pátria que nos pariu!

Confuso é ver muita gente partir
e chegando lá sentir saudades daqui

E depois de um tempo reclamando de lá
Ficar pra sempre pensando em vir pra cá...

Agora que está escrito, tentemos não mais esquecer. E putz, reclamar sem fazer nada pra quê? Aproveite! seja onde for...

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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Carteira de Motorista - parte II (FINAL)

Continuando o tópico da semana passada, falarei aqui sobre como funciona o exame prático para tirar a carteira de motorista britânica.



Prova prática

O básico segue a mesma idéia do Brasil (e provavelmente do mundo): após passar na prova teórica e praticar bastante você marca o exame prático. Nessa prova você irá portanto dirigir com um examinador ao lado, que irá definir se você está apto ou não a dirigir. Mas as semelhanças com a prova brasileira param por aí, no básico.


No Brasil a gente faz a prova seguindo um trajeto relativamente pequeno, geralmente em lugar afastado e separado especificamente para ser circuito de prova. Circuito esse que todos já conhecem e que teu instrutor certamente te levará para "praticar" - ou seria decorar - para a prova.

Aqui no Reino Unido, a gente faz a prova pelas ruas da cidade*, com todo o trânsito, os pedestres, obstáculos, nuances e motoristas bons e ruins. O circuito em si até é divulgado, mas como rola pela cidade inteira* e há mais de 30 caminhos diferentes possíveis, é bem improvável que alguém memorize tudo. E a prova em si dura cerca de 20 min. Sim, são 20 min dirigindo com o avaliador no banco do carona, acompanhando todos os seus movimentos. Mas espere: o teste em si não começa com você sentando no carro e dirigindo não!! Depois de chegar no local apropriado e verificar documentos, o avaliador vai te chamar e o processo é o seguinte:

teste de visão (eyesight test)

Esse teste é simples. O examinador vai te pedir para ler uma placa de carro a determinada distância. Se você não conseguir ler... bom, o teste nem continua!

Perguntas básicas de segurança do veículo

Também conhecida como show me/tell me (mostre-me, diga-me). O avaliador te faz duas perguntas nas quais você terá que dizer como verificar determinada coisa ou simplesmente mostrá-lo como verificar. Perguntas clássicas do teste:
  • Como verificar se os freios estão funcionando corretamente?
  • Mostre onde fica o reservatório de água do limpador de pára-brisas (ou talvez do radiador) e como verificar se está em nível adequado?
  • Como identificar que sua direção hidráulica pode não estar funcionando corretamente?
  • Me mostre como verificar o nível de óleo?
  • E o fluido de freio?
  • Como você liga o farol de neblina traseiro nesse carro?
  • Como verificar que a buzina está funcionando? (bom... essa tem que saber! hehe)

  • São perguntas básicas, mas tenho certeza que no Brasil muito motorista não saberia responder algumas delas. Muita gente deve pensar: óleo? água? deixa o frentista verificar!! (pois é... aqui não tem frentista no posto!)

    A prova em si

    Finalmente é hora de dirigir e mostrar pro cara que você sabe dirigir (vim da terra do Ayrton Senna doutor!!). O teste pode ser feito em carro de passeio (com a placa "L" como falei no post anterior!) ou de auto-escola. Durante o trajeto você pode cometer até 15 falhas pequenas, mas se cometer uma grande, já era. Logicamente que pra quem está aprendendo a dirigir, cometer 15 falhas durante os 20 min de trajeto é fácil-fácil. No meio do trajeto, além de dizer pra onde ir o examinador interromperá o "passeio" pra pedir pra fazer dois exercícios que serão escolhidos entre os abaixo:
    • estacionar de ré: sem baliza e em estacionamento/rua de verdade!!
    • dar ré em uma esquina: esse pode ser sacana! (vejam figura abaixo)
    • mudar de direção/dar a volta em uma rua: aquela coisa de virar o volante, atravessar o carro na rua, dar ré virando o volante e continuar no sentido oposto.


    Além disso pode acontecer de ele pedir pra fazer uma parada de emergência (emergency stop exercise), que nada mais é do que ele pedir pra você freiar "da forma mais rápida e ao mesmo tempo mais segura possível". E de tempos em tempos ele pede pra você parar "em local adequado", só pra ver você usando as setas e retrovisores pra parar e depois arrancar com o carro de novo.

    Durante o trajeto o avaliador vai anotando os erros, que pode ser de tudo: esquecer de dar a seta, não olhar no "ponto cego" antes de virar, não usar o freio de mão ao parar no sinal, não entrar no roundabout na pista certa, acertar um pouco a calçada no teste de "dar ré na esquina", etc, etc... A lista é infinita!

    No final se você errou menos do que 15 vezes, está aprovado!

    OBS: Estatisticas dizem que só 42% passam de primeira no teste prático.

    Get ready and good luck!

    *lembrando que vivo fora de Londres, em cidades pequenas e médias. Rodar "pela cidade inteira" na verdade equivale a rodar uns 15-20km dentro de uma "grande Tijuca" ou algo do tipo "Barra + Recreio", pra quem é carioca... Isso por ruas principais e pequenas/residenciais.


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    domingo, 12 de outubro de 2008

    Carteira de motorista - parte I

    Já falei na experiência em si de dirigir na mão inglesa mas ainda não falei como que é o processo pra tirar a carteira de habilitação. Antes que perguntem, respondo: Sim, é possível dirigir com a carteira brasileira (ou melhor, com carteira internacional) mas isso só é valido por 1 ano desde a data em que você virou residente no Reino Unido. Além disso, por não ter carteira britânica você paga um valor absurdamente maior no seguro do carro. Então no médio/longo prazo não compensaria mesmo.
    Não dá pra dizer que tirar carteira aqui seja muito diferente do Brasil. A base é a mesma: prova teórica e prova prática. Mas a coisa começa a ficar diferente já com um conceito básico: a carteira provisória (provisional driving licence). No Brasil a gente passa em todas as provas e recebe a carteira provisória, válida por 1 ano. Aqui você tira a carteira provisória ANTES de começar a dirigir e até mesmo fazer aulas.


    Explico. O futuro motorista deve ir no site do DVLA (o detran daqui) preencher formulários, pagar taxa, enviar documentação pelo correio (se for o caso) e esperar por sua carteira provisória chegar pelos correios. Com a carteira provisória em mãos é que você pode marcar a prova teórica. Mas pra que então ter uma carteira - ainda que provisória - se o cara não pode dirigir? Calma. Assim como grande parte das coisas por aqui, isso faz sentido.

    Com a carteira provisória você já pode dirigir sim. Mas com restrições. A primeira é que você precisa ter alguém com carteira "permanente" (full driving licence) por mais de 3 anos no banco do carona pra te supervisionar. Além disso, você não pode dirigir em motorways e precisa colar a L plate (L de learner/aprendiz) no carro. O interessante dsso é que você pode aprender com seu pai/mãe, irmão/irmã, amigo/amiga de forma completamente legal e sem precisar gastar demais com auto-escola.

    Prova teórica

    A prova teórica em si não tem nada de muito diferente da do Brasil, então quem já dirige não deve ter grandes dificuldades. A idéia básica é sempre a de evitar acidentes, indicar corretamente o que você vai fazer e respeitar os outros no trânsito, principalmente ciclistas e pedestres. É importante aprender como usar os roundabouts corretamente assim como entender os vários tipos de faixa de pedestre. Em algumas você para no sinal mas em outras não há sinal e é obrigatório parar se tiver pedestres na calçada esperando para atravessar. O básico de mecânica, de como um carro funciona, de como mantê-lo e de como identificar um problema (ex: se o carro puxa para os lados, qual pode ser o problema?) também é fundamental e - que eu lembre - não é muito importante nas provas do Brasil.

    Uma coisa adicional muito interessante é o chamado HPT - Hazard Perception Test ("teste de percepção de perigo" em tradução livre). Após terminar a primeira parte da prova teórica (que é multipla escolha e geralmente feita em um computador), você continua na frente do PC, coloca um headphone e se prepara para um pouco de "video game".

    Nesse teste você assiste a uma série de videos com situações do dia-a-dia sob o ponto de vista do motorista. Exemplos de situações:

  • motorista dirigindo em ruas residenciais e de repente uma criança ameaça atravessar a rua;
  • motorista dirigindo e lá no final da rua você vê um caminhão manobrando;
  • o motociclista a sua frente pode ter que parar bruscamente por conta de uma fechada do carro da frente
  • dirigindo debaixo de chuva (ou neve) e o carro lá na frente (a 3-4 carros de você) tem algum tipo de obstrução e vai provavelmente ter que freiar
  • etc,etc...

  • O objetivo do teste é você clicar com o mouse toda vez que perceber uma situação de perigo em que o motorista (você) deve reagir ou no mínimo ficar atento. Quanto mais cedo perceber a situação, melhor será a pontuação.

    Na próxima edição falarei da prova prática... aguardem!

    (to be continued)
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    domingo, 5 de outubro de 2008

    Com que carro eu vou?

    Ainda que em Londres e outras grandes cidades o transporte público seja abrangente e portanto poucos andem de carro, por grande parte do resto do Reino Unido o velho e bom automóvel é o transporte principal de muitos. A maior parte das residências possuem um ou mais carros aqui no Sudeste da Inglaterra.


    Muitos me perguntam portanto qual seria o carro mais popular no Reino Unido, certamente esperando uma resposta clara e direta. De fato, no Brasil essa é uma resposta relativamente fácil. Os carros que mais se encontra na rua seriam o Palio, o Gol, o Corsa, o Celta., o Fiesta... e suas variações "sedan".



    No Brasil se você reparar em um congestionamento ou em um estacionamento de shopping é muito fácil identificar os carros mais vendidos. Nada mais fácil do que ver 3 ou 4 Palios/Gols estacionados um ao lado do outro, possivelmente da mesma cor (prata ou cinza!!). Boring, como diriam os coroas do Top Gear (programa de TV britânico sobre carros... aparentemente o mais famoso do mundo).


    Mas aqui não é assim tão simples. Primeiro vale lembrar que Palio e Gol não existem na Europa. O carro mais básico da Volks tem sido por décadas o Polo. O carro mais básico da Fiat e considerado um "supermini" é o Punto, que está no mercado desde o inicio dos anos 90. No Brasil ele entrou meio com cara de carro de categoria superior pelo que entendi. E cabe dizer que a Fiat no Reino Unido tem uma aceitação muito pequena, com poucos carros rodando, se comparado aos outros fabricantes europeus.

    Como a gente sabe, até não muito tempo atrás o Brasil produzia somente carros de 4 montadoras (Fiat/VW/GM/Ford) e só recentemente que algumas outras européias (Peugeot, Renaut, Citroen...) e as japonesas (destaque pra Honda e Toyota) conseguiram sua fatia de mercado brasileiro. Por aqui todas essas concorrem faz muito tempo, somadas às que no Brasil são pra poucos ou só chegam importadas como Mercedes, BMW, Aston Martin, Jaguar, Porsche, Bugati, Maserati, Volvo... putz, a lista é gigante.

    Com tantas opções é muito difícil portanto definir um modelo - ou mesmo uma marca - mais popular. Soma-se a isso o fato de que os preços são muito mais acessíveis, principalmente de carros usados (a desvalorização de um carro novo é muito rápida). Exemplos: um Fiat Punto zero km custa a partir de 10mil libras. Com 1 ano de uso ele cai fácil pra 6-7mil. Com 2 anos de uso você compra esse carro por 3-5 mil (já caiu mais de 50%!). Acabei de ver aqui um Punto 2001 (e portanto 7 anos de uso) modelo velho completaço por 750 libras (2700 reais, com libra a R$3,60). Considerando que o salário mínimo bruto gira em torno de 800 libras/mês pra quem trabalha periodo integral, tem-se uma idéia de como é acessível. Ou seja, 10000 libras um Punto 0km aqui custa mais ou menos 10 vezes o salário mínimo. No Brasil Punto 0km custa R$40.000 - o preço tá até parecido, o que já é uma evolução - mas é 100 vezes o salário mínimo (de +- 400 reais).

    Pois bem... pra saber quais carros são os mais populares aqui é preciso tentar definir algumas categorias. Lá vai a minha separação meio no feeling, com muitos links pra fotos dos carros, para que vocês dêem uma olhada. É só clicar!

    - Profissional com alguma grana pra gastar com carro novo ou semi-novo >> vários desses trabalham em escritório e têm carro da empresa (company car) ou recebem um dinheiro da empresa pra manter o próprio carro (car allowance), coisa relativamente comum por aqui. Se é company car, então é bem provável que seja um sedan médio como o BMW 3-series . Se o cara recebe o dinheiro da empresa, então tem muita escolha porque gasta como quiser. Entre os compactos e médios tem o Honda Civic (hatch ou sedan híbrido) ou Honda Accord, tem o Ford Mondeo (clássico e bem popular), tem os Audis A3 e A4, tem os Mercedes... Se tiver um gosto digamos, meio EUA meio Barra da Tijuca, vai de SUV (Honda CRV, Porsche Cayenne, Mercedes M-Class e Nissan Qashqai são típicos). Ainda que um SUV aqui seja um trambolho gigante que não cabe nas ruas apertadas do país.

    - Pessoas com salários mais baixos e estudantes > esses em geral ou só precisa do carro pra pequenas viagens ou só pra ir e vir curtas distâncias. Carro usado e antigo geralmente cai como uma luva porque é muito barato e dependendo da marca ainda é confiável. E aí depende do quanto ele/ela quer ou pode gastar. Se é realmente só pra "ir ali e voltar", praticamente qualquer carro serve. E aí que você encontra desde carros simples e funcionais conhecidos como um Ford Ka, um Polo/Golf/Clio/Punto/Corsa antigo ou um BMW qualquer mais velhinho (que tal um 520i quadradão, ano 1995 por menos de 700 libras?) até carros que você nem reconhece de primeira.

    - profissionais no meio do caminho > São aqueles que recebem ou não o auxilio da empresa, não querem (ou não podem) gastar muito com carro e/ou simplesmente consideram que carro é meio de transporte e nada mais. Se é hatch, Ford Focus, Clio, Citroen C3 ou um Astra (que no Brasil virou Vectra GT) são comuns. Se quiser gastar um pouquinho mais, vai de VW Passat semi-novo ou o clássico Ford Mondeo também. Esse Astra aliás é o carro atual da polícia "normal". Sim, porque também existe uma policia especial de inteligência, que entre outras coisas high-tech, tem uma série de carros mais potentes - tipo Subaro Impreza ou Mitsubishi Evo - pra perseguir os criminosos.

    - Carro é mais que transporte, é estilo de vida > Ahhhh... Mas pra quem gosta de carros mesmo, as opções são muitas. Muitos coupés por aí, muitos conversíveis, muitos carros um pouco ou muito luxuosos. Pode ser conversível de carro simples tipo Vauxhall* Tigra (que é um Corsa cc ) ou Peugeot 207 cc. Ou quem sabe algo mais elaborado (BMW 3-series convertible ou Mercedes SLK 350). E não tem idade, sexo ou raça. É normal ver mulher nos seus poucos 20-30 anos sozinha em um SLK 350 ou uma/um coroa próximo dos 60 aproveitando o sol de conversível. Ahh sim! Falando em mulheres, o Mini Cooper também é sucesso de vendas, principalmente entre elas.

    E repare que em momento algum falei de quem tem muita grana e pode comprar absurdos como Porsches 911 ou Ferraris novas! Aí é outro papo...

    Tudo depende do seu perfil, de quanto quer pagar e da idade do carro que você quer. Se teu orçamento está em torno de 10 mil libras (cerca de R$36.000), você pode pegar um Lotus Elise 2002 todo esportivo, um Honda Civic semi-novo ou um simples Ford Fiesta ou Fiat Punto zerado. It's up to you!

    * Vauxhall aqui é a GM. E sim, no resto da Europa também tem outro nome: Opel.

    Foto1: Congestionamento em uma motorway
    Foto2: Típico estacionamento brasileiro, cheio de Palios e afins
    Foto3: Mercedes SL
    Foto4: Algum lançamento da Jaguar

    PS: Isso que escrevi é antes do credit crunch e da crise financeira mundial. Depois disso saber como o mercado será no futuro só com bola de cristal.

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    Filme ou Video-game?

    Nos meus tempos de escola eu era muito viciado em video-games. Só que já fazem muitos anos desde que joguei de fato um game do inicio ao fim (parei lá nos tempos do Super Nintendo). De vez em quando olho um ou outro, jogo um pouquinho na casa de amigos, mas ainda tenho a impressão de que se comprar um console atual não terei tempo de jogar. Ou pior, o inverso: vou ficar jogando tanto que não terei tempo para as outras coisas da vida...

    Mas o que eu quero comentar nesse post é sobre como os jogos atuais evoluiram nos gráficos e técnicas pra se aproximar dos filmes. Além do mais, os consoles são até bastante acessíveis em termos de preço, ao menos aqui no hemisfério norte.


    Pois bem. Os jogos estão tão populares e tão próximos dos filmes que tá cheio de comercial na TV com cara de trailer de cinema. No início chega a confundir se você não estiver prestando muito atenção. Deixo pra vocês alguns exemplos que encontrei no youtube:

    Propaganda do Incrível Hulk - o video game:



    Propaganda do Grand Theft Auto IV:



    Propaganda do LOST video-game:



    E o nosso glorioso Mortal Kombat (que se vcs repararem é velho... é pro PS2!):




    E no Brasil, tem essa tendência também?


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    quinta-feira, 25 de setembro de 2008

    A Polícia e a comunidade

    A uns dias atrás recebi em casa pelo correio - sem jamais ter solicitado - um documento cujo título é "Berkshire West - Local Policing Summary 08". Esse papel - que tem cara de panfleto, é todo colorido e tem umas 5 folhas - é simplesmente um resumo de do que aconteceu nos últimos 12 meses com relação às ações da polícia na minha área.

    O documento inclui desde coisas com cara de propaganda - chamando atenção pro fato de que determinados crimes foram reduzidos - até os números de gastos e investimentos feitos na polícia. Ou seja, na verdade é a polícia prestando contas para a população, mostrando pra onde foi o dinheiro dos nossos impostos. Como não estou nada acostumado com esse tipo de relação polícia X população, faço questão de colocar aqui para vocês.





    Essa questão de relacionamento com a população e "alguma" transparência na verdade não acontece somente uma vez ao ano, por meio desse papel enviado pelo correio. Se formos no site da "Thames Valey Police", encontraremos muitas coisas interessantes. Exemplos:

    - O documento que recebi em casa está no site em formato PDF;
    - Informações sobre como se previnir contra determinados crimes (sim, porque se vc ainda acha que no mundo desenvolvido não há crime, está vivendo em outro planeta!);
    - Informação sobre eventos, as prioridades, o que acontece na minha área especifica (de não mais que 3Km2) e os nomes e fotos de quem é responsável por ela.

    Além de uma coisa interessante chamada "Neighbourhood Watch Scheme". O programa consiste em diversas coisas mas a idéia básica é unir os moradores de sua rua interessadas no assunto pra que todos ajudem a reduzir a criminalidade. Esses moradores recebem informação direta da polícia sobre prevenção e também "tomam conta" das casas uns dos outros caso um vizinho viaje de férias. Por exemplo, se o vizinho esqueceu de cancelar a assinatura do jornal impresso, ele vai ficar acumulando na porta e pode ser chamariz para ladrão.

    Enquanto isso em Londres... a polícia (que já é outra! A "Metropolitan Police") lançou -debaixo de muitas críticas - o "Crime Map", baseado em iniciativa parecida da polícia de Nova Iorque. Muito basicamente, o Crime Map é o "google maps do crime". Se vc clicar no link vai ver que eles mostram as estatísticas de crime por área (que pode ser na sua quadra) baseada em números do ultimo mês. A idéia de acordo com o governo, é reduzir o "medo de violência". Ou seja, mostrar à população que conforme as estatísticas da ultima década mostram, o crime no país é o menor dos últimos tempos, muito embora as pessoas aparentemente estejam com mais medo. Seria por culpa da TV, da internet e de muita informação? Ou estariam as estatísticas erradas?

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    segunda-feira, 1 de setembro de 2008

    Ohhhh Champs-Élysée...

    O Rafael, um grande amigo meu que a anos atrás também resolveu sair do Rio de Janeiro e morar em uma terra distante (porque Mato Grosso do Sul é quase outro país mesmo! rs) a uns meses me falou que viria com a família visitar a Europa. E aí depois de muito estudar a idéia ele resolveu que faria um roteiro Londres + Paris. Combinamos então que a visita a Paris seria em um fim de semana prolongado (sexta a segunda) e assim eu e minha família também poderíamos ir.


    E que grande idéia! Eu já estava pra ir em Paris faz tempo, e ir com boa compania deixa tudo ainda melhor! E não fosse pelo Rafa, talvez ainda fosse deixar pra outro momento. E olha que Paris é aqui do lado! O Rafa mesmo me perguntou uns dias antes da viagem: "e aí? já preparou as malas?". Minha resposta: "cara, ainda não... é um fim de semana prolongado e é aqui do lado... é que nem carioca indo pra Região dos Lagos, pô!! No máximo pra São Paulo... No big deal!". rsrs

    E realmente a sensação de "fui só até alí" foi ainda maior porque resolvemos ir de trem - o famoso Eurostar - ao invés de avião. E a viagem é sensacional! Só pedem pra você chegar 30 min antes (nada de chegar mais de 1h antes do vôo), não precisa despachar malas, o trem raramente atrasa, não é necessário ficar naquela neura de ficar sentado com os cintos afivelados... Dá até pra se levantar no meio da viagem, andar até o vagão-restaurante, pedir bebidas e um sanduíche e ficar lá de papo-furado. Isso tudo dentro de um trem rápido (195mph=312 Km/h) e com a estranha sensação de no início olhar pela janela e ver os carros andando pela esquerda e placas em inglês... em dado momento você entra em um tunel debaixo d'água (não esqueça que Grã-Bretanha é uma ilha!) e menos de 1h depois do início da viagem, as placas de trânsito lá fora já estão em francês! O tempo médio total de Londres a Paris é de 2h15min... Bem mais do que dentro de um avião (que seria uns 60 min e olhe lá), mas considerando todas as vantagens de não esquentar a cabeça com as chatices dos aeroportos, vale à pena. E o preço é parecido. Sem contar que é uma atração especial. Só de ir de trem a Paris e voltar já teria sido uma experiência nova e excitante mas, perae... ainda tem a cidade-luz pra visitar!!
    Mas também não vou ficar aqui listando todas as atrações de Paris por dois motivos: primeiro porque é o lugar mais visitado do mundo, e informação sobre ela tem à vontade. E depois porque prometi pra mim mesmo que tenho que escrever textos menores aqui. Blog não é livro, pô!(risos)

    Seguem então só algumas curiosidades:

    - Cidade-luz: Realmente a cidade é muito bonita e charmosa, até comparando com outras cidades européias mas nem sei bem o porquê. Talvez porque Paris conseguiu manter muito de sua arquitetura histórica, o que deixa tudo muito bonito. Diferente de Londres mesmo que tem alguns prédios novos entre os históricos e completamente o oposto de Bruxelas, onde você tem que procurar pra achar algo histórico por entre os skyscrapers.

    - Comida1: Comida também é destaque, lógico. Vou citar aqui a Dri que esteve recentemente em Paris e deu a seguinte resposta quando pedi dicas de onde comer: "Em qualquer lugar tem comida boa. Você vai no boteco da esquina e pede um crepe de queijo... aí você pensa, Mozzarela? Não, Camembert!!!!!" rsrsrs

    - Comida2: Mas logicamente depende do seu gosto. Pra começar, o baguete tem casca mais dura e aparentemente é assado por mais tempo. Meio "durango-kid" eu diria. E com carne tem que ficar esperto: se você gosta do "ao ponto" do Brasil é bom pedir bem passado, porque assim vem quase ao ponto! Se não falar nada, é provável receber o ao ponto deles, que na verdade é mal passado. Agora, se você gosta de bem passado no Brasil, nem sei o que você faz... hehe

    - Metrô1: Não teve uma viagem de metrô que eu não tenha lembrado do meu camarada Bruno. Ele viveu em Paris por uns meses e falava que "o metrô de Paris cheira a pum, ao ponto de quando eu entro em um trem que não tem cheiro de nada, sei que será um dia de muita sorte!". Bom, acho que estive com alguma sorte, porque não achei ruim a esse ponto não. Talvez por não ser inverno (então as janelas ficam abertas pra ventilar) ou talvez porque estão finalmente revitalizando o metrô de Paris, botando novos trens e tal. Mas se não achei o trem fedorento, não posso dizer o mesmo das estações. Algumas têm sim um cheirinho que lembra mais o mijo da Central do Brasil do que o croissant fresquinho de uma brasserie...

    - Metrô2: Ainda no metrô, de uma coisa é preciso reclamar: muita escada e quase nenhuma estação com escada rolante ou elevador!! Lamentável pra quem anda com criança ou pra quem está carregando malas comutando pra chegar no aeroporto ou nas estações de trem. Coitados dos deficientes...

    - Metrô3: Mas não vale falar muito mal não porque o metrô de Paris te leva pra tudo quanto é lugar rapidamente e com eficiência. Tomara que com esse projeto de revitalização (que estará concluído em 2010) eles resolvam o problema do cheiro, das escadas e dos trens velhos rabiscados no estilo NYC subway...

    -Trânsito: No Brasil acho que a gente chama de "rotatória" e em Portugal de "rotunda". No Reino Unido roudabouts são peça básica no trânsito e estão em todo lugar. Em Paris também tem só que a regra é diferente: no Reino Unido (e acho que em todo país de lingua inglesa), a regra básica é de que a preferência é de quem já está dentro do roudabout. Quem ainda vai entrar espera uma brecha... Na França quem está entrando não pára e quem já está "rodando" tem que freiar. Putz, acho isso muito louco e quem mora em Paris sabe que tem acidente a toda hora ali no Arc de Triomphe... Fora isso, também achei uns semáforos meio esquisitos. Mandava o pedestre atravessar, mas não havia nada mandando o motorista parar! Arriégua!! Depois o português que é burro, ora pois pois...

    - Bicicletas públicas: Idéia interessante e que o Parisiense está usando mesmo. Em vários cantos da cidade colocaram algo que podemos chamar de "estações" com bicicleta estacionada. Se você quiser usar, é só pagar ali mesmo na máquina com cartão de crédito e o sistema libera uma bike pra você usar. Se o trajeto for só de 30 min, sai de graça. Um passe diário sai por 1 euro ou coisa assim. E a cidade até que tem uma rede boa de ciclovias, então dá mesmo pra usar. Por outro lado, com o trânsito meio esquisito dos roudabouts (como expliquei acima) e com esse monte de francês barbeiro, não sei se eu me meteria a pedalar por grandes vias não...



    - Preços: Mesmo pra quem está sempre em Londres, Paris ainda é carinha pra kcete. Mas fiquei impressionado mesmo com um pequeno detalhe. Em um restaurante pedimos uma meia garrafa de vinho que custou 9 euros e nós 4 adultos ficamos satisfeitos (eu sei, todo o mundo fracote na bebida). Mas também pedimos refrigerante e cada latinha custou quase 5 euros. Dali pra frente ficava comprovado matematicamente que é definitivamente muito melhor beber vinho! :-)

    Vale registrar ainda mais 2 coisas:

    1-o gerente marroquino do restaurante que fomos comer um couscous (recomendado por sinal!) que enquanto saíamos do restaurante, foi agradecendo à todo o mundo, dando beijinho nas crianças e nas menidas e tal... Chegou a minha vez (o último da fila) olhou pra minha cara e perguntou "Vous êtes d'où? Marrocos?". Depois que respondi "Non, nous sommes de Bresil" (até pq essa resposta é uma das poucas coisas que lembro do meu curso básico de francês! hehe) ele saiu gritando "Ronaldinho" pela rua e ficou batendo papo sobre futebol, Pelé e Garrinha com a gente... sempre falando a meio palmo da nossa cara (um "close-talker", como diria o Seinfeld!).

    2-o Rafa botou camisa do Fluminense no filho dele e teve que ouvir as pessoas falando coisas como "vai pra segundona, hein!" nas ruas de Londres... Vir pra Europa pra ser sacaneado, meu chapa?! hehehe

    PS: As fotos estão no flog!

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    sábado, 2 de agosto de 2008

    Não tem "clima" e sim "tempo"

    Um ano já se passou desde que cheguei ao Reino Unido. A muito tempo quero escrever aqui sobre o clima, mas tentei me conter porque não queria escrever sobre isso antes de passar pelas 4 estações do ano. Sendo assim, é dada a hora!!

    Muita gente antes de falar ou escrever pede licença poética... Sendo assim, antes de começar preciso pedir várias licenças: meteorológica, linguística, geo-climática e até "Mythbustica", já que tb quero confirmar ou não alguns mitos. rsrs

    O título do texto é baseado em uma frase que muito se fala por aqui: Britain doesn't have climate, but weather instead (a tradução tosca é por minha conta). Isso porque muitos que aqui moram consideram que não há um padrão claro no clima. Se fala muito que aqui você tem a possibilidade de vivenciar as 4 estações... só que no mesmo dia! :-) É uma meia-verdade: o clima pode ser muito instável sim, mas pra carioca, que muito mal tem 2 estações (a quente e a não tão quente assim), existe algum padrão no clima do Reino Unido e as 4 estações são identificáveis ao longo do ano.

    Vale lembrar também que tudo é relativo. E as grandes comparações aqui acontecem com as outras cidades do continente Europeu, particularmente ao Sul. Também há quem reclame que aqui é frio, mas raramente chega a zero graus ou neva no inverno. Nada comparado aos dias e semanas seguidos de neve e temperatura máxima de -10 graus da maior parte do Inverno no Canadá por exemplo.

    Minha idéia então é separar as estações do ano e explicar como cada uma é. E também comparar com outras cidades do mundo, para a gente ter uma idéia. O que é melhor ou pior é uma questão pessoal e individual pra você pensar pra si mesmo... introspectivamente falando! hehehe

    Antes de começar, vale lembrar que há 2 definições de quando começa e termina cada estação do ano: a Astronômica e a dos Meteorológica. Eu sei, é uma curiosidade meio nerd, mas pô, é bom saber. :-)
    A Astronômica diz que as estações começam nos solstícios e equinócios. Simplificadamente, os solstícios são o dia mais longo e o dia mais curto do ano, baseado na posição do sol em relação à Terra (definem inverno e verão). Os equinócios são os dias do ano onde dia e noite têm duração igual (ou quase!), e definem primavera e outono. A Astronômica é aquela que é oficialmente usada no Brasil e que ninguém lembra os dias em que a estação começa (a Rede Globo que tem que lembrar a galera que "o inverno começou oficialmente hoje no horário X" !). Já a definição Meteorológica é muito mais simples e direta: o trimeste do ano que na média é o mais quente define o verão e o mais frio é o inverno. E é esse que geralmente se usa aqui e é o que eu vou usar neste texto. E vou falar especificamente de Londres, que dá pra generalizar como o clima do Sul da Inglaterra... Mas logicamente a coisa muda um pouco se for mais ao norte de UK (temperatura nos "highlands" da Escócia é bem diferente da de Londres).

    O clima aqui é definido como temperado oceânico, com a característica básica de que raramente há extremos. Dificil ir acima de 30 graus no verão ou a temperaturas congelantes (abaixo de zero) no inverno. OBS: dificil não é impossível!!

    Primavera :
    (Março, Abril e Maio)
    Temperaturas:

    Médias: 6
    °C a 15 °C
    Recordes: -8 °C em março e 30°C em maio.

    De fato as estação das flores. Durante o outono-inverno, as árvores ficam completamente sem folhas. Durante a primavera elas renascem e os vários parques e jardins ficam floridos, chegando até a ter flores nascendo no gramado.

    As temperaturas começam a subir e aos poucos vai se abandonando os casacos mais pesados. Os dias vão ficando mais longos também: no meio de Abril já tem luz do sol de 6:00 AM até 8:00 AM. No fim de maio já é de 5:00 AM até 9:00PM. Ótimo pra aproveitar o dia nos parques da vida.
    É de se esperar temperaturas medianas e crescentes conforme se aproxima do verão. Temperaturas que com sol já fazem você andar sem casaco algum, só de camisa/camiseta.


    Típica semana de primavera (mai/08)

    Então qual é a reclamação? O problema é que enquanto na primavera do Mediterrâneo (Espanha, Portugal, Italia...) o tempo está firme e beirando ou passando dos 20 graus já em Março (ou antes!) aqui isso pode acontecer sim, mas também pode ainda estar com aquele vestígio de inverno. Em uma semana de Abril você pode estar achando que a primavera finalmente chegou e andar por aí aproveitando o sol mas na semana seguinte a temperatura pode cair e vc tem que sair com céu nublado e um casaco (leve, mas um casaco).

    Verão :
    (Junho, Julho e Agosto)

    Temperaturas:
    Médias: 12
    °C a 22 °C
    Recordes: 5 °C em um junho e 38°C em agosto

    É quando as pessoas estão felizes e aproveitando a todo custo as atividades outdoor. Muitos shows e eventos ao ar livre pra aproveitar. Não à toa é nessa época que rola o GP da Inglaterra de F1, torneio de tênis de Wimbledon, Golf, etc... O momento máximo de luz do dia acontece no dia 21 de Junho (lembra do solstício?!) que é quando o sol nasce em torno de 4:45 AM e se põe lá para as 9:20 PM. E ainda que o sol se ponha em torno de 9 da noite, ainda há luz do dia até quase 11 da noite, e é assim durante grande parte do verão. Ótimo pra sair do trabalho e jogar futebol em uma das várias opções de parques sem precisar de iluminação artificial. Ou pra simplesmente ficar de bobeira no parque, fazer um piquenique ou algo assim. Mas é esquisito pra se acostumar a dormir no horário. Quando dá umas 9:30 da noite e ainda está claro (e muito!) você olha pro relógio e lembra: "putz, tenho que jantar mas... ainda tá sol!!". rsrs

    Há dias sim de ficar muito quente, de até nós cariocas reconhecermos isso. Vale lembrar ainda que praticamente todos os prédios foram construídos para as pessoas ficarem lá dentro tranquilas quando do lado de fora está frio. Ou seja, tudo criado com isolamento pra manter o calor lá dentro. Quando vem o verão, se do lado de fora estiver a partir de uns 22 graus (eu sei, parece pouco mas geralmente é de confortável pra quente por aqui), dentro de casa pode ficar invernal! Há até empresas de aluguel de ar condicionado, caso você julgue que a situação ficou realmente braba. Dentro do metrô de Londres mesmo não há ar condicionado (até porque é o metrô mais velho do mundo! O pioneiro...).

    Há quem vá a praia sim. A mais conhecida e posh é Brighton, mas brasileiros vão sempre reclamar de lá porque tem pedra ao invés de areia. A opção que nem todo o mundo conhece seria Bournemouth, essa sim com areia.

    O verão também é visivelmente o período mais estável do clima de UK. É quando é certamente muito mais provável encontrar céu azul do que o famoso céu nublado.

    Então qual é a reclamação? Pra alguns o problema é que é ameno demais. Há vários dias de calor sim, mas depois pode rolar aquela semana mais ou menos (nem frio nem quente)... Enquanto que, mais uma vez comparando, no mediterrâneo tá beirando 40 graus com sol o tempo todo e mesmo mais "pro meio" (Frankfurt, Genebra...) também está mais quente. Verão inglês geralmente começa tarde e termina cedo, se compararmos. Sem contar que se o verão for ruim (é possível em qualquer lugar do mundo), já era... Tem que esperar até o ano que vem. Ou seja, se a idéia é curtir uma praia no verão, é muito mais garantido tirar férias, pegar um avião e ir pro Mediterrâneo. Que é o que a maioria faz. Lá é muito mais estável e tem sol e calor garantido.


    Outono:
    (Setembro, Outubro e Novembro)

    Temperaturas:
    Médias: 5
    °C a 19 °C
    Recordes: -5 °C em novembro e 30°C em setembro

    Em Setembro ainda podem haver momentos quentes, como continuação do verão. Em Outubro começa a ficar um pouco mais frio, já pedindo um casaco, ainda que leve. Já no fim de Outubro e em Novembro a coisa começa a ficar mais séria. As pessoas começam a manter as janelas fechadas e a ligar o aquecedor. Começa-se a ter dias mais nublados do que ensolarados (até porque o sol está já bem baixo no horizonte) e pode chover um pouco mais. Algumas manhãs com neblina são esperadas.

    Qual a reclamação? Em Outubro ou até mesmo em Novembro (talvez) os países do mediterrâneo (sempre eles) continuam tendo dias lindos e amenos. No Reino Unido o Outono pode virar inverno relativamente cedo.

    Inverno: (Dezembro, Janeiro e Fevereiro)
    Temperaturas:
    Médias: 4
    °C a 7 °C
    Recordes: -10 °C em janeiro e 16°C em fevereiro

    Dezembro pode não ser tão frio assim (se comparado com janeiro), mas é bastante escuro, já que o sol está muito baixo no horizonte e chega a nascer só às 8:00 AM e já fica escuro em torno das 4:00 PM. A impressão (já desde o meio de Novembro) é a de que o dia começou já no final, porque o sol está sempre em uma posição que lembra fim de tarde.
    Janeiro e Fevereiro costumam ser mais frios que Dezembro. Por outro lado, em Janeiro o tamanho do dia já começa a ficar mais "normal" e Fevereiro em geral é o mês menos chuvoso do ano e o mais ensolarado do inverno.
    Neve é raridade no sul da Inglaterra, acontecendo em 3 dias (não-consecutivos) em média no ano. E ainda assim geralmente ela se derrete quando chega ao chão, então é difícil ver neve se acumular. Como já comentei, não é tão frio como no resto dos países que têm inverno. É incomum ter dias abaixo de zero, embora à noite aconteça com certa frequência de você ver que aquela umidade no vidro dos carros em noites frias (que a gente chama de sereno) virando gelo por aqui. Sim, gelo como aquele que se acumula na parede das geladeiras antigas. Quem dirige sabe que é bom acompanhar a previsão do tempo pra saber se vai ter que sair de casa uns 5 min mais cedo pra tirar o gelo do para-brisas.

    Qual a reclamação? O principal é que o inverno é escuro. Inverno frio todo o mundo tem, incluindo o Sul do Brasil. Mas é frio com sol e céu bonito... Além disso, as árvores por aqui estão só no galho (pq as folhas caíram) e é comum ter mais de uma semana seguida em que o céu está predominantemente nublado (e de vez em quando com aquele clássico chuvisco). Isso tudo somado ao frio gera uma impressão que é reconhecidamente meio down. Não tem jeito, é o momento de buscar as muitas opções de atividades indoor (boliche, teatro, cinema, restaurantes, kart...), porque ninguém fica na rua por muito tempo de bobeira.

    Muitos reclamam ainda que não é frio o suficiente (!!!). Sim, porque aqui quando chove no inverno, é água. Não tem graça. Em outros cantos da Europa e do mundo, é neve. E a neve quando se deposita gera toda a diversão de inverno. Nada mais normal do que os ingleses visitarem Genebra no inverno pra esquiar.

    Caçando Mitos

    Fala-se muita coisa de Londres (e portanto do Reino Unido), principalmente sobre o clima. Seguem algumas:

    Londres é muito foggy (tem muita neblina)?
    Busted. Como mencionei, no outono há alguns dias de fog sim. Talvez alguns dias no Inverno também. Mas são poucos dias e nada muito diferente do que eu tenha visto em minha vida quase toda no Rio de Janeiro.

    Em Londres chove muito?
    Plausible. Chove com frequência (em termos de dias) mas não por muito tempo nem com muita intensidade. Explico: quando chove, geralmente é chuva fraca e não dura muito mais do que 5 min por vez. Às vezes chove uma vez só no dia, às vezes um pouco mais. O que ainda assim de forma alguma é todo dia. É muito mais frequente no outono-inverno e muito menos na primavera-verão. Como sempre digo, a experiência de muitos (maioria talvez!) no exterior é de 6 meses (tipicamente um período de faculdade) ou menos. Dependendo da época em que a pessoa passou esses meses, ela pode sair com uma impressão completamente diferente do lugar se comparado a alguém que esteve por meses diferentes na mesma cidade. De qualquer forma a quantidade de chuva (em mm) é muito menor que muitos outros lugares, incluindo o Rio de Janeiro. Ou seja, no Rio chove muito mais: só que no Rio chove muito em um dia ou dois (e alaga tudo). No Reino Unido pode chover a semana toda e ainda assim ter sol (ou não) nos mesmos dias.

    Londres é muito nublado?
    Esse eu tenho que dizer confirmed. Mais uma vez, na metade outono-inverno é mais provável ter dias nublados e na metade primavera-verão, é o inverso. Por outro lado, não se engane: embora a fama seja de Londres, alguns outros vários lugares também o são. Particularmente Paris, Bruxelas e outras cidades do norte da França, que estão próximos do canal da Mancha (e portanto de Londres) e sofrem influência (não só no nublado mas também nas chuvas). Até a temperatura é parecida... Paris geralmente é 1 ou 2 graus mais quente no verão e 1 ou 2 graus mais frio no inverno. Ou seja, quase a mesma coisa.
    Sem nem comentar os países nórdicos, Rússia e afins. Mas sim, Londres (e o Reino Unido + Irlanda como um todo) tem certamente mais dias nublados do que a média do mundo. O que não quer dizer que seja todo dia e sem descanso...

    Tem mesmo as 4 estações no mesmo dia?
    Confirmed. Meio loucura mesmo. Pode começar o dia com sol e céu azul, ainda de manhã ficar nublado, rolar alguns showers no meio da tarde na maior ventania e à noite abrir o céu pra ter uma madrugada freezing, te obrigando a tirar o gelo do carro no dia seguinte. Mas essa instabilidade geralmente acontece no inverno e nos meses imediatamente próximos à ele (fim de outono e início de primavera).

    E pra fechar, por que reclama-se tanto do clima como um todo?
    1 - Por causa das comparações com outros lugares; 2 -porque o ser humano nunca está satisfeito com nada; 3- e porque é a única coisa que não dá pra "consertar" no país. O que sempre acho interessante é que não vejo quem mora em Bruxelas, Paris nos países nórdicos ou na Rússia reclamando tanto, já que em Bruxelas é igual ou pior que aqui e mais ao norte é um frio muito mais sinistro no ano quase todo. Eles simplesmente aceitaram que é assim. O pessoal aqui é viciado demais em clima e em reclamar...

    Tá... e porque o clima é meio chato mesmo ! :-)

    Fontes: site da BBC Weather, Time and Date.com, wikipedia, vivência e conversa com as pessoas...


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    terça-feira, 15 de julho de 2008

    Brasileiro no exterior gosta muito de reclamar...

    Um videozinho só pra não deixar o blog entregue às moscas...

    Pra não dizer que aqui só tem opinião minha, segue o depoimento de outro companheiro imigrante:




    Com esse sotaque, há alguma dúvida de onde ele é? :-)

    fonte: Creature Comforts, criado por Nick Park , 1989. É uma animação de curta duração mostrando vários animais em um zoológico sendo entrevistados sobre suas condições de vida.

    PS: minha opinião? A maioria mora no exterior porque quer, não porque foi obrigado. Tá ruim, não gostou, ficou de saco cheio? Volta, pô! Não adianta reclamar no ouvido dos outros. Como diríamos em TI, faz fallback!! Pior é quando volta e fica reclamando do Brasil... rsrs Aliás, aproveite e abra espaço pq tem mais gente querendo chegar! Clique aqui e leia mais...

    sábado, 28 de junho de 2008

    Aaaaand... We're BACK !

    Putz. O ultimo post foi em Abril! É... muita coisa aconteceu neste periodo: o trabalho apertou, entrei de férias (sim, fui ao Brasil e voltei!), muito trabalho na volta.... Ou seja, pouco tempo pra dedicar à esse espaço aqui. Sem contar uma certa falta de criatividade e, hum, digamos... preguiça de escrever mesmo!

    Mas estamos aí. Tenho vários assuntos na cabeça e aos pouquinhos vou colocando por aqui. Prometo que farei o máximo pra não deixar o blog às moscas. E já que estou escrevendo, vamos falar sobre algum assunto, né? É, eu sei que muita gente quer que eu escreva sobre férias no Brasil (que foram em Maio). Então, assim seja.

    O problema é que não gosto muito daquela coisa clichê... Vocês sabem, aquela coisa de dizer que tinha saudades, que Brasil é maravilhoso, aquela reclamação de seu novo país (se é tão ruim, foi pra lá e vai voltar pra lá por que então?!) etc, etc. Sim, tudo meia-verdade e quem fala/escreve sobre isso é pq se sente dessa forma. Mas sei lá, acho que isso não é lá muito interessante de se ler e não é meu perfil. Sempre quis escrever aqui sobre curiosidades e visões diferentes das coisas. Então vou ser um pouquinho clichê (porque não tem como fugir), mas com moderação. (risos)

    Realmente é muito bom visitar o Brasil. O grande foco da visita é - e sempre será - rever os amigos e principalmente a família. Desde o primeiro dia é muito papo pra botar em dia, muitos afagos - principalmente na minha filhinha que é o nosso orgulho - e muita, muita comida!!!!

    Sempre lembro daquele papo conhecido de que "você só enxerga as coisas boas do país quando ficou um tempo fora" e que "você só sente falta quando perde". Claro que isso fica na cabeça e logicamente as comparações Brasil x UK x Europa x qualquer lugar são inevitáveis. Aliás, esse é um dos grandes motivos pra esse blog existir. Ah, e é logico que além dos familiares e amigos rolou também aquela vontade insana de aproveitar tudo o que não se tem à vontade por aqui.

    A começar por beber guaraná no restaurante. Sim, guaraná é tão comum no Brasil que muita gente esquece que é produto nacional e a matéria-prima é uma planta comum na Amazônia e que (provavelmente) não nasce em qualquer solo. Sim, se procurar encontro Guaraná Antarctica no Reino Unido pra beber em casa até sem grandes dificuldades, mas não é vendido assim em qualquer supermercado, muito menos em restaurante. Sendo assim, foi guaraná, feijoada e churrasco até não querer mais.

    Já quanto à questão de enxergar mais coisas boas porque vivi fora, bem... complicou. Provavelmente tenho problemas de visão porque acabei foi vendo um monte de defeitos que não via antes. (risos)

    Uma das coisas que estava sentindo falta, e que aproveitei em um dia ou outro dessas férias, foi ouvir o Ricardo Boechat na Bandnews FM (sim, sei que poderia ouvir daqui via internet mas... e o saco?!). E Boechat é conhecido não somente como um grande jornalista mas também por seu amor ao Rio. Estava então ouvindo-o mais uma vez falar sobre como ama a cidade. Sobre como é linda, sobre como é maravilhoso pra ele quando não está de plantão e pode então voltar de São Paulo e passar o fim de semana na cidade maravilhosa: a orla, o mar, o relevo... que fantástico!

    Sim, verdade. Mas... desculpe. Você mora no Leblon, Boechat!!! Você pega a ponte aérea, olha a vista maravilhosa, aterrisa no Santos Drumont, pega o teu taxi pra Zona Sul e não sai de lá pra mais nada (tá bom, de vez em quando vai à Barra). Eu que cheguei de vôo internacional no Tom Jobim, passei por Linha Vermelha sentindo aquele o cheiro característico de esgoto, Avenida Brasil e subúrbio de ruas esburacadas, concreto e favelas pra todo lado confesso que não consegui ter esse mesmo sentimento. Naquele mesmo momento em que ele recitava seus versos de amor à cidade eu estava ouvindo-o no Engenho Novo, sentindo calor dentro de um ônibus cheio e sacolejante com destino ao Centro e com o MP3 Player o mais escondido possível pra não dar pinta pra assaltante. Olhava para os rostos das pessoas na esperança de que o problema fosse meu, por talvez não saber ser carioca, mas só via apreensão, nervosismo, preocupação... Ninguém parecia estar apreciando a vista (do morro do Macaco?).

    Enquanto ouvir coisas do tipo minha sogra dizendo que não se senta próximo à janela no ônibus vazio por medo assalto; enquanto ver idosos no ponto fazendo sinal e o ônibus "passando direto"; enquanto ouvir taxistas, amigos e familiares se sentindo especialistas em análise de assassionatos, falando do "presunto" que jogaram no lugar X ou do tiroteio diário no Leme que não deixa as pessoas tranquilas em casa; enquanto taxista disser pra mim "evito passar no tunel Noel Rosa, indepentente de horário"; enquanto tivermos que dormir ouvindo tiros; enquanto eu, um bebê, um velhinho ou uma pessoa doente quisermos dormir mas um mal-educado passar à meia-noite buzinando e gritando Vasco, Mengo, Fogo, Nense ou o kcete e outro soltar fogos e todo o mundo achar isso normal; enquanto ver ruas com asfalto e sinalização decente em Ipanema mas ruas esburacadas e "sem nome" após dirigir por uns 20 minutos em sentido Zona Norte... enquanto isso Boechat e amigos, não há paisagem, comida, praia ou mulher gostosa (com todo o respeito!) que me faça considerar essa cidade como de fato, maravilhosa. Sorry about that! Rio de Janeiro não vai só do Leme ao Pontal como cantaria o saudoso Tim Maia... O Rio vai do Leme a Bangu, a Campo Grande, a Paciência, a Santa Cruz como deveria saber o outro Maia, o Cesar. Isso sem nem mencionar a região metropolitana. Esse pedacinho bonito e relativamente arrumadinho pra turista aí não deve ser nem 10% da cidade.

    (acreditem, todos esses relatos eu ouvi das pessoas só nesse pequeno período de férias no Rio!)

    Dito isto e deixando esse clima pesado de lado, uma curiosidade mais amena: uma coisa marcante foi algo que comentei o tempo todo enquanto estava no Rio de Janeiro. Em pouquíssimos lugares fui atendido com sorriso no rosto e boa vontade. E isso inclui restaurantes, supermercados ou lojas, estabelecimentos privados ou públicos, pessoalmente ou por telefone. E confesso que só percebi isso agora, após esse 1 ano (sim, o tempo voa!) morando fora do país. Garçons/garçonetes, a pessoa do caixa, o trocador do ônibus, a mulher do balcão... a maioria te atende com algo que não tem outra definição senão cara de bunda!!! É lógico que aqui no Reino Unido tem gente com bottom's face (sim, a gente é posh até pra xingar! A expressão não existe mas se existisse, seria mais ou menos assim. hehehe); mas na maioria absoluta das vezes você é atendido com sorriso, cortesia e simpatia se sentindo bem-vindo. Achei isso muito curioso porque a imagem geral é de que Brasileiros (ainda mais cariocas!) são felizes e sorridentes e que ingleses são infelizes e fechados. Bem verdade que no mínimo 60% dos que atendem em restaurantes, lojas e afins aqui não são britânicos, mas grande parte é ao menos Europeu. E ainda assim não faz muita diferença porque brasileiro se gaba de ser um povo hospitaleiro e gentil e acha que o resto é fechado, não sabe "dar jeitinho", etc. A conclusão que chego é a de que somos felizes e sorridentes SIM... mas só quando estamos de folga, com as pernas pro ar. Durante o trabalho, é uma má vontade só. (risos) Ao menos entre os cariocas.

    Sem contar que também achei o trânsito extremamente confuso e nervoso. Ninguém tem paciência com ninguém, pouca gente dirigindo com calma e quase ninguém respeitando as leis. Mas hey... em 1 semana eu já estava aclimado novamente. E o lance era aproveitar que estava de férias: me uni àquela galera que a gente nunca entende como que consegue ficar em Ipanema durante a semana às 2 da tarde sem ter o que fazer. Lá estava eu...

    E foi muito bom. Consegui rever muitas pessoas, infelizmente não deu pra ver todo o mundo mas no fim das contas foi ótimo. Até a próxima!

    PS: Enquanto isso em UK é verão. Eventos por toda parte, muita coisa ao ar livre, sol (sim, ele brilha pra todos! até pra nós aqui!), muitas idas ao (s) parque (s) - que as crianças adoram - e a melhor época pra conhecer outras cidades.
    Clique aqui e leia mais...

    quinta-feira, 17 de abril de 2008

    Turbante protetor

    Esse post é rápido. Só pra vocês terem uma idéia de como a diversidade cultural é interessante por aqui. Veja um trecho retirado do código de trânsito britânico (The Highway Code):

    83. On all journeys, the rider and pillion passenger on a motorcycle, scooter or moped MUST wear a protective helmet. This does not apply to a follower of the Sikh religion while wearing a turban (...)

    tradução:

    83. Em toda viagem, motociclista e passageiro em uma moto, scooter ou mobilete DEVEM usar capacete de proteção. Isso não se aplica a um seguidor do Sikhismo caso esteja usando um turbante.

    Precisa comentar algo mais?

    PS: Não... nunca vi ninguém dirigindo moto sem capacete por aqui (com ou sem turbante!). Clique aqui e leia mais...

    quarta-feira, 9 de abril de 2008

    Eleições 2008

    Hoje eu estava lendo nos jornais brasileiros que saiu o calendário das eleições municipais desse ano, que propaganda eleitoral gratuita começa em 19 de agosto, mas que um pouco antes os candidatos podem fazer propaganda e tal...
    Isso me lembrou de 2 coisas: a primeira é que vou ter que ou seguir o esquema de votar no consulado (que nem sei se vale pra eleições municipais), ou justificar voto (o mais provável). A segunda é que aqui em UK também estão rolando eleições municipais.
    Na minha opinião, imigrar pra outro país (ou mesmo outra cidade ou bairro) significa tentar acompanhar as tradições, a cultura, os costumes e as preocupações locais. Ou no mínimo tentar um mínimo interesse. Nunca gostei da idéia de viver em guetos e tribos isoladas. Pois bem... Muita gente que esteja lendo o blog agora e morando em UK pode estar se perguntando: tem eleições neste ano mesmo é ?!
    Digo isso porque se você não se interessar muito em acompanhar as notícias, nem vai perceber que as eleições municipais acontecem agora no dia 1º de Maio (sim, em menos de 1 mês!). Não tem propaganda na TV (nem gratuita nem paga), não tem palanque, não tem outdoor com candidatos, não tem panfletagem... Pelo menos não do "lado de fora" de Londres (mas fui recentemente à capital e não lembro de ter visto nada disso por lá também). Mas há sim entrevistas com os candidatos, debates, informação nos jornais, na internet... Principalmente informação de Londres, que é a cidade mais importante do país. O youtube e a BBC fecharam até uma parceria pra que as pessoas possam mandar seus videos com perguntas para os candidatos (clique aqui pra conferir).
    O máximo que recebi aqui em Reading foi um jornalzinho do partido Conservador com suas propostas que deixaram na caixa do correio. Interessante é que como a cidade é pequena/média, os problemas não são muitos, então dá até pra acreditar que eles têm solução e serão solucionados. Aqui o problema número 1 é congestionamento, cujas soluções mais apresentadas (por todos os partidos) são coisas como:
    - incentivar as pessoas a usar bicicleta, aprimorando as ciclovias existentes e construindo novas. Até pq a cidade é pequena... Se o cara mora e trabalha aqui, não tem necessidade alguma de usar o carro pra ir ao trabalho todo dia.
    - melhorar o transporte público. Criar mais "bus lanes" e deixá-las mais "inteligentes" (deixar os carros usá-las quando fora do horário de pico).
    Outros problemas clássicos são combater o "anti-social behaviour" e tolerância zero no consumo de bebida alcólica por menores (a galera aqui já com uns 14 ou 15 anos entorna o caneco legal! Meninos e meninas.). Fora isso, aquelas coisas de sempre que todo o mundo quer melhorar sempre, por melhor que já esteja: crescimento econômico (chamar mais empresas ainda pra cidade), mais parques, mais reciclagem, melhor qualidade das escolas, mais esporte (olimpiadas de Londres 2012 vem aí!)... e por aí vai. Enfim, coisas que eu vejo as pessoas discutirem na rua e nos foruns da vida.
    Interessante essa questão política por aqui. Isso pra mim significa que o cidadão por aqui tem que buscar saber como anda a política, tem que querer participar. E quem está interessado busca saber mesmo...

    PS: Outra coisa que é pouco anunciada é a mudança para o horário de verão. Teve muita gente chegando atrasada no trabalho porque não sabia que o horário tinha mudado. Deve ser porque aqui o horário todo ano muda na mesma época (ultimo fim de semana de março), diferente do Brasil onde todo ano se determina quando vai acontecer e quais estados participarão. Aí tem que anunciar muito mesmo...
    Clique aqui e leia mais...

    sexta-feira, 4 de abril de 2008

    Domingo, eu vou ao Maracanã...

    Tudo bem. Era quarta-feira e o destino era o Emirates Stadium. Mas pra assistir futebol, a preparação e as musiquinhas que pintam na cabeça são as mesmas.
    Assim que confirmou que meu país de destino em meu projeto "viver no exterior" foi confirmado como o Reino Unido, uma das primeiras coisas que lembrei foi : "tenho que assistir a um jogo do Brasil". Isso porque no mundo futebolístico completamente louco em que estamos, é muito mais fácil assistir à seleção brasileira jogando na Europa do que no Brasil. No Maracanã então, nem se fala.

    Quarta-feira 26 de Março de 2008 foi o dia : Amistoso Brazil v Sweden. Como qualquer interessado em futebol (falo em "interessado" porque sempre estive loooooonge de ser torcedor de fato), a curiosidade de saber como é um estádio Europeu é a coisa mais comum. Brasil vs Suécia foi no Emirates Stadium, do time do Arsenal.

    Então vamos lá. A preparação começa em saber quem iria comigo ao jogo. Se ninguém estivesse interessado, iria sozinho de qualquer forma, mas com compania é sempre melhor. Entre os diversos brasileiros que conheço, a maioria se esquivando : ninguém interessado em ir à noite no meio da semana "lá" pra Londres. Sem contar que todo o mundo já matou a curiosidade de ir no estádio (já estão aqui a tempo suficiente).

    Quem se interessou rapidamente em ir foi, pasmem, um inglês (mas esse não conta porque é quase brasileiro). No fim das contas juntamos 4 amigos, e "vamu que vamu". Compra-se ingressos via internet, já com o assento numerado e na posição que mais te interesse (ou que você tenha dinheiro pra pagar). No dia do jogo vale aquela olhada na previsão do tempo pra saber como se vestir (coisa padrão por aqui !!), e "off we go".

    Vestido à carácter


    Ticket de trem+metrô, ingresso do jogo... tô pronto. Reparem o detalhe: Quadrante Laranja, Portão A, Bloco 93, parte superior, fileira 11, assento 85. PQP !!! Vai ter info assim lá na China ! hehe

    Já no trem de Reading pra Londres encontrei um camarada com camisa do Brasil e outro com camisa do Flamengo. Já fomos daqui até lá conversando e aquecendo pro jogo. Depois de encontrar com o resto do pessoal, foi o momento de enfrentar o metrô de Londres na hora de Rush. Pra piorar teve uma pane nas roletas da estação King's Cross (que foi o caminho escolhido... no metrô de Londres você chega ao destino por vários caminhos diferentes) e a estação ficou lotada.
    Depois de pular a roleta (literalmente. Estava em pane!!) e seguir viagem, saimos em uma das estações de metrô (porque nunca é uma opção só) que servem o Arsenal e daí foi só seguir a multidão para o jogo.
    O jogo em si foi morno, pra não dizer chato. Mas a atmosfera de ir ao estádio torcer para o Brasil no exterior é muito legal. 60 mil pagantes dentre os quais dá pra dizer que eram 80% brasileiros, 15% estrangeiros (não necessariamente ingleses) torcendo para o Brasil e uns 5% Suecos. Esse percentual de estrangeiros é o que achei o mais interessante. Prova viva de que futebol brasileiro é espetáculo. Ou pelo menos deveria ser...


    OBS: Flog atualizado com fotos do jogo. No Miscelaneous também tem novidades (sempre tem!), além do passeio no Madame Tussaud

    Clique aqui e leia mais...